Vem das tuas verdes matas
para o recesso da minha
mediunidade
saudosa dos teus benditos fluídos!
Vem incensar minh’alma
com o aroma da tua presença querida,
fazendo ecoar em
meus ouvidos atentos,
o “quiô” da tua vibração!
Vem trazer-me o calor das tuas palavras fluentes,
traduzidas na sonoridade
das folhas das palmeiras
quando se espanam no ar…
Quero, contigo, apanhar as folhas da Jurema
para adornar todo o meu Juremá…
Cruzar meu caminho com galhos de arruda
e enfeitar minha gira com ramos de
guiné…
Vem… Traz o teu arco forte
e a tua flecha certeira…
Vamos, numa só vibração,
penetrar no seio da mata virgem,
procurar o inimigo que lá se esconde
e
desarmá-lo, à pujança do teu braço forte!
Volta, Caboclo!
Coloca em minha fronte o teu belo cocar…
e entrosa em mim,
tua
essência pura de aromáticos jardins,
contida em tão pequeno frasco!
Como podes usar-me, tu,
enviado bendito das falanges superiores,
para
cumprimento da tua missão?
A que sacrifícios se submete a tua aura, pois,
sendo
tão grande, consegue incorporar-se
num tão diminuto ser!…
Mesmo sabendo-me o
mais insignificante
dos teus médiuns, rogo-te,
com ânsias desesperadas na voz
e uma saudade torturante em meu coração:
“Volta ao teu reino de luz
onde
impera a verdadeira caridade!
Volta ao teu pegi de amor onde te aguardam,
ansiosos, os teus filhos de fé
e o teu modesto aparelho receptor…
As ondas vibráteis da minha mediunidade
querem voltar a funcionar ao toque
das tuas abençoadas mãos…
Teu regresso será uma festa emocional
onde as
lágrimas mal contidas se confundirão
com o sorriso de algumas criaturas
que
não sabem chorar…
Teu ponto riscado iluminado está…
teu ponto cantado, entoado num só diapasão
de voz,
te abrirá ao nosso meio,
para aconchego dos que reconhecem em ti,
um
trabalhador no campo sublime da caridade!…
Teu assobio atrairá a atenção daqueles
que ainda te crêem em missão no Alto e
de pronto,
estarás entre nós,
numa vibração harmoniosa que a todos envolverá.
Volta Caboclo…
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